Rússia x Ucrânia e a popularização da VPN

VPN (Virtual Private Network) é a sigla, em inglês, de rede virtual privada, que como o nome já indica, cria uma conexão entre um usuário e um servidor privado.

Volta e meia surge no mundo, no nosso país, ou na nossa região, algum assunto que toma conta dos noticiários; ora é sobre uma nova crise econômica, alguma catástrofe climática / ambiental, uma pandemia, ou uma guerra. Um fato que todos estes temas tem em comum é a utilização de siglas como se todo mundo as conhecessem.

Assim que esta invasão da Rússia na Ucrânia, começou ouvia-se em uma ou outra reportagem que a população russa está se utilizando de VPNs (virtual private network – rede privada virtual) para driblar o controle de informações imposto pelo governo russo e ter acesso a informações do resto do mundo.

Mas aí vêm as perguntas: O que é a VPN? Pra que servem as VPNs? Como ela funciona?

Antes de querer apresentar estas respostas, talvez seja necessário entender qual é o padrão, o usual, de funcionamento da internet.

Então vamos partir do usuário final, seja uma pessoa física ou jurídica.

Como funciona a internet

Hoje podemos afirmar que quase todos, que acessam a internet, tem uma rede local no seu lar, na sua sede, ou seja, existe um equipamento eletrônico (um modem-roteador, por exemplo) que está conectado, via conexão de longa distância, ao servidor de uma empresa provedora de acesso a internet (hoje, na grande maioria dos casos, empresas de telecomunicação). Os computadores, smart Tvs, smartphones, ..., que utilizamos, se conectam a esse equipamento eletrônico para poder fazer uso da internet e das suas inúmeras possibilidades.

Estes provedores de acesso à internet sabem, conhecem a rota, de com que outro(s) servidor(es) de dados precisa(m) “conversar” até chegar no destinatário final. Se não conhecerem a rota eles vão “perguntar” para um servidor “mais antigo” (Curiosidade: Onde ficam os servidores “mais antigos”? – Por definição a internet é uma rede de redes sem ter um dono, todavia ela nasceu nos Estados Unidos. Logo, os servidores mais antigos estão lá – Por exemplo: no começo da internet no Brasil, para uma solicitação de dados brasileira, que precisava se conectar a um servidor na Argentina, esta solicitação acabava passando por servidores nos EUA – era o “caminho conhecido”). Quando falamos de conectividade em escala mundial, estamos falando de tratados que os países aderem para que empresas de telecomunicações locais possam, autorizadas pelos Governos, transmitir e receber pacotes de dados da internet para / de outras empresas internacionais.

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Muitos países têm o controle destes servidores que se conectam a outros países. No caso desta invasão da Ucrânia pela Rússia, o governo russo resolveu bloquear o acesso a diversas fontes de conteúdo (sites de notícias) internacionais assim como às redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter, entre outras). Como se dá isto: Por exemplo: nestes servidores são definidas regras que não levam adiante requisições cujo demanda aponte para determinado servidor (um site, por exemplo). Esta análise de requisições é possível em pacotes de dados que não estejam criptografados. E é neste momento que as VPNs entram em ação.

VPN (Virtual Private Network – rede virtual privada), que como o nome já sugere, cria uma conexão criptografada entre o requisitante (usuário) e o servidor de destino. Logo, esta modalidade é mais segura, já que os dados da requisição do usuário não podem ser vistos (analisados) pelo(s) servidor(es) intermediário(s) que está(ão) trafegando a informação e nem mesmo por terceiros. Então quando você está conectado fazendo uma VPN, todo o seu tráfego de internet é criptografado. Isso significa que ninguém pode ver o que você está fazendo, nem mesmo quem lhe prove o acesso a internet.

O pano de fundo para a nossa explicação sobre o uso da VPN está sendo o uso dela, pelos cidadãos russos, a fim de fugir da censura imposta pelo Estado russo, mas esta não é o único uso indicado para a VPN, também podemos citar, por exemplo:

--  No setor privado, permite o acesso remoto a intranet da empresa sem expor os dados da organização na internet (rede pública);

--  Quando não se quer indicar a procedência da conexão de origem;

--  Para driblar alguma regra (restrição) imposta pelo país do servidor de destino.

 

Mas nem tudo são vantagens quando falamos de VPN. Algumas desvantagens:

--  Alguns servidores não aceitam conexão por VPN. Acaba gerando mais tráfego dos pacotes de dados;

--  Desempenho / velocidade do tráfego de dados: As requisições precisam ser criptografadas e depois descriptografadas; as vezes o pacote precisa passar por mais servidores (os servidores têm que aceitar a conexão VPN);

--  Conexões estabelecidas através de VPNs podem facilitar o tráfego de malwares e todas estas pragas virtuais.

 

Não há dúvida sobre as eloquentes vantagens que o uso de VPNs oferecem, mas diante de toda as suas potencialidades e dos riscos que ela oferece, perguntas ficam:

--  A sua empresa está preparada, do ponto de vista de segurança dos dados, para permitir o uso adequado de VPNs?

--  É seguro utilizar VPN a partir do seu computador pessoal?

 

 

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